Agora mas que nunca precisamos abrir o
debate e os olhos dos eleitores brasileiros! Não um debate imbecil que vise
identificar ações de partidos de direita ou de esquerda, mas um debate que
tenha o objetivo de identificar uma postura transformadora, coerente com
um Estado Democrático de Direito, que ajude o cidadão eleitor a identificar
a postura coerente do indivíduo candidato perante o Estado
que deseja representar. Não basta ouvir discursos vazios, mas sim observar a
prática do que se diz.
Comecei minha vida
política no ano de 1982, militando no Partido dos Trabalhadores, com
Lisânias Maciel. A partir de 1989 saí do PT, por questões particulares, e
passei a trabalhar politicamente com pessoas e idéias, deixando as ideologias
partidárias para outro momento.
Trabalhei por 16 anos
numa empresa multinacional, ocupei alguns cargos de confiança, por indicação
política, como Subprefeito da Zona Oeste do Rio, do ano de 2001 até 2006;
gestor na Prefeitura/Rio luz, período em que ajudei a implantar
diversos programas sociais, além de contribuir no processo de tomada de decisão
do poder central da Prefeitura do Rio.
Nesta caminhada junto
ao Poder Executivo, pude observar que os programas sociais implantados nos
governos de direita eram sempre criticados pelos partidos de esquerda, não
importava o quanto de benefício trazia para a população. Não se tratava de um
debate construtivo com a finalidade de melhorar os programas já implantados,
mas sim de fazer oposição por oposição. Postura esta que se observa em larga
escala em nosso país.
A idéia aqui
não é apresentar uma critica destrutiva ao PT, que se encontra no poder, mas
sim mostrar que a postura dos petistas precisa mudar, a prática partidária tem
que estar em consonância com a ideologia partidária, é necessário mudar o
rumo da história esquerdista no país e pavimentar melhor o caminho para o
futuro. ADENIL COSTA.
MESA REDONDA - O PADRÃO DA
POLITICA BRASILEIRA - Globo News Painel do dia 28/12/13.
PARTICIPANTES:
William Vaack, Bolívar Lamounier (Sociólogo), Luiz Felipe Condé (profº PUC/SP),
Reinaldo Azevedo (Jornalista Revista Veja).
Vejam abaixo, o que
acham sobre o tema. Fiz um resumo generalizado da fala deles, porem penso que
deveria ter outro convidado com ideia, mas esquerdista para acalorar o debate:
“Ser da esquerda é legal, principalmente
nos jantares inteligentes dos super-cabeças, onde grande parte de
representantes da vida acadêmica do país, com a ajuda de alguns setores da
mídia e partidos políticos de esquerda, de certa forma conseguiu construir no
Brasil, uma visão muito interessante a partir da ditadura militar. Conseguiram
colar na ditadura a imagem de que os partidos de direita são a favor do
capitalismo selvagem, são contra a liberdade de imprensa, entre outras
e, portanto, se o indivíduo é identificado como partidário da
direita no Brasil, a sociedade passa a vê-lo como adepto da
tortura e matador de gente inocente.
A esquerda conseguiu,
ainda, através de uma operação de marketing maravilhosa, vender a imagem de que
os partidários de esquerda foram para guerrilha, para luta armada, sofreram,
além de conseguirem passar a idéia de que lutavam pela liberdade. Essa é
a grande mentira da esquerda brasileira! A comissão da verdade deveria trazer o
assunto à tona, pois não existiu esta luta pela liberdade.
A esquerda criou, de
alguma forma, o monopólio da virtude e colou a sua legenda. Hoje, ser da
esquerda significa defender a liberação das drogas, casamento gay e
defender necessariamente o aborto, pois todas essas idéias são consideradas
generosas. Não se vê esquerdista defendendo a economia planificada.
Intervenção estatal, sim (será que o empresariado é de direita?). No
Brasil não existe uma divergência no debate, pois na cabeça das pessoas de
esquerda, esquerdista é aquele que luta com toda força pela justiça social,
e direita é a força que luta pelo conservadorismo, pela manutenção da
injustiça social. Não importa se os grandes programas sociais nacionais se
iniciaram em governo da direita.
Numa sociedade
democrática, o conservador protege as instituições sociais e garante a
democracia, sem solapar os direitos e garantias democráticas de alguns para
beneficiar outros e fazer a dita justiça social. A esquerda entende
que solapando as instituições consegue fazer justiça no Brasil, e que isto é
positivo.
No Brasil houve uma
espécie de marketing, no qual parte dos atores, intelectuais, seja da
mídia, imprensa ou da academia, conseguiu colar a imagem de que os indivíduos
da esquerda são do bem. Dá a impressão de que está tudo dominado. Para
quem está na academia ou na universidade, está claro que existe uma oposição
de esquerda e de direita, não conceitualmente bem elaborada, mas a realidade
nunca é conceitualmente bem elaborada.
Esta oposição aparece
quando se tem cerceamento, agressão intelectual, onde se tem que ter muito
cuidado com o que se fala. Tem que se ter prova de pureza ideológica (aborto,
casamento gay, e outras). Sou a favor da justiça social, mas os esquerdistas
esquecem que justiça social é produzir empregos, quando o cidadão não está
satisfeito com seu emprego, procura outro, em outro lugar. Justiça social
não é o Estado administrar recursos criando impostos e taxas e se metendo na
economia o tempo todo.
Interessante é observar que os universitários brasileiros praticamente
só lêem Karl Marx, Rousseau e Bourdieu, os professores quase não orientam os
alunos a lerem outros autores, existe uma especie de contenção, que a meu ver,
pode ser considerado uma censura.
A baixa qualidade dos que se
dizem marxistas, ao usar as ferramentas da escola de pensamento marxista para
tentar interpretar a realidade e muito claro, acho que uma das analise, mas
rastaquera, mais imbecil que estabelece ligações imediatas entre pertencer uma
classe social, e defender uma ideia qualquer.
Se
você quer entender a politica no Brasil, na sociedade moderna, os principais
pontos a serem observados são os valores, as ideias, as
organizações e instituições.
Os
partidos de esquerda no Brasil não servem as suas próprias ideologias, eles é
que se servem da ideologia. Como exemplo pode-se citar o PT, que se diz
socialista (tá no programa partidário), sendo que o socialismo abomina o
paternalismo e o PT age absolutamente de forma paternalista. Não investe
em educação, grande alavanca que pode transformar a sociedade, mas
investe em bolsa família, sem estabelecer portas de saída do programa, deixando
as famílias sem a possibilidade de ascender socialmente, como deve ser o
objetivo de qualquer programa social que vise a justiça social.
As
pessoas que se identificam com a esquerda normalmente se acham
superiores. Se em um debate com uma pessoa de esquerda se fizer uma
critica razoavelmente fundamentada, esta entra em crise e se
justifica dizendo-se á favor das liberdades etc. Esta pode ser uma das
definições contemporâneas mais recentes, a esquerda se acha naturalmente
superior.
Por
que a classe empresarial se diz de centro esquerda? Por que usufruem dos
recursos do BNDES? A resposta é clara, um estado paternalista, estado
patrão, gera um empresariado bastante servil (o PT ainda se vê como
partido único, ele tem uma concepção evolucionista da sociedade).
Vale perguntar por
que não se tem um partido de direita no Brasil? Talvez seja porque temos uma
máquina estatal que tenta manter o setor privado fraco e, em
contrapartida, o setor privado simbioticamente tem gostado muito desta ideia,
já que tem interesse nos negócios do Estado e é legal ter acesso ao
BNDES, CAIXA ECONÔMICA e BANCO DO BRASIL, sem ter que trabalhar para
criar um partido.
Em
um sistema político com mais de 30 partidos, que asseguram as oportunidades de
entrada no sistema, não há, na verdade, nos setores econômicos ou político,
discernimento suficiente que os faça fundar um partido com identidade real e
sério. Está faltando visão de futuro na classe empresarial e na classe política
realmente séria.
O
PT continua sendo ideologicamente inconsistente. Boa parte dos partidos
socialistas que se instalou no poder de fato, praticou corrupção. Quando há
casos de corrupção não significa que o partido não esteja ideologicamente
orientado, a corrupção é sempre justificada se servir à causa. Um exemplo
é o mensalão, os petistas mais radicais dizem que os condenados e presos são
presos políticos, pois eles estão servindo a causa, portanto, é uma corrupção
ideologicamente evocada. Os petistas radicais fizeram manifestos pedindo que os
condenados fossem soltos, a anulação da condenação. Eles têm a ideia de que
estão construindo uma nova sociedade, assim, são chamados heróis do povo
brasileiro. É uma grande desfaçatez!
O
problema é que no Brasil se exclui a possibilidade de se fazer um grupamento
para discutir ideias, pois o país marcha certamente para um processo
esquerdista. Nas universidades é impossível para alunos que se identificam com
pensamento liberal (no sentido europeu), terem um espaço para o debate, não
conseguem entrar nas grandes universidades, não conseguem fazer
pesquisas, são mal recebidos nos espaços. Se avaliarmos centros culturais
financiados por bancos, a grosso modo, só financiam pesquisas de
esquerda, intelectual de esquerda, manifestações de esquerda. Nunca se
tem dinheiro para pesquisas identificadas com pensamentos ditos liberais, não
se tem dinheiro, não se tem espaço, não se tem institucionalização, portanto, o
empresariado investe na esquerda e, quando se fala na constituição, fica
claro que a esquerda sempre coloca a culpa nos outros.
Entre
o esquerdista suave e o de extrema esquerda, existe uma questão de grau. Entre
a direita liberal e a direita fascista, a diferença é a decência. Quem é
da direita liberal defende um regime que se estabelece por meio de eleições e
por meio de partidos, por meio de instituições e defende o individuo. A direita
fascista significa o poder do Estado contra o cidadão.
Na
realidade estamos vivendo uma guerra cultural. A esquerda não tolera
diferenças, apesar de falar nelas o tempo todo quando gritam, seja em qual
mídia for, contra a guinada da direita e por que aparece um grupo muito pequeno
que não tem medo profissional, medo de ser difamado e tem repertório.
O
que caracteriza você ser de uma maioria é que na maioria das vezes não precisa
ler, estudar, é só pertencer a um grupo e sair gritando. É nesta situação que a
moçada começa a levar pau. Quando a minoria como pessoas que não se identifica
com a esquerda no mundo cultural, como é no Brasil (o mundo dos agentes culturais),
se não se identifica com essa maioria, como toda minoria que esta no conflito,
você tem que se preparar e acaba estudando mais, e ai tem o problema na hora do
debate, fica difícil quando você e uma maioria paquidérmica enfrentar quem esta
preparada.
Os
sinais de comportamentos eleitorais, ideologias e doutrinas políticas,
numa discussão mais ampla, no Brasil há diferença entre os que são
liberais e os ante-liberais, onde sabemos que os ante liberais não são a favor
da democracia. A esquerda está numa guerra ideológica e a direita precisa
fazer a dela. O importante é que temos que ser contra. No plano das lideranças,
das universidades, do clero etc., nós começamos a clarear, e dai em diante o
que vamos dizer para esta classe média ascendente, que dizem estar em torno de
50% da população brasileira. Vamos dizer a eles que não devem confiar no
mérito? Que eles têm que esperar que os partidos digam que tipo de
emprego vão ter, na base do clientelismo, que não devem acreditar na sua
capacidade. O individuo não pode abdicar de sua capacidade, e por isso vamos
precisar falar de forma clara, através de boas lideranças. Precisamos mudar
este eixo de discussão.
Precisamos
abrir o debate e os olhos dos eleitores no Brasil, não o debate imbecil de
direita ou de esquerda, mas o debate entre postura de fundamentos do individuo
perante o Estado.
No
Brasil, ser revolucionário no sentido de trazer alguma coisa de importante, é
ser liberal. Pesquisa do Datafolha, recentemente, identificou que a
maioria dos brasileiros se identifica com posições conservadoras. Em janeiro de
2012, o Ministro Gilberto de Carvalho disse que o PT precisava disputar com os
evangélicos a nova classe média, dita classe C, onde os valores da
população são valores conservadores. O Gilberto que é um petista identificou
isso.
O
problema é que os partidos de oposição no Brasil morrem de medo do povo.
Como
dizia Margaret Thatcher: “grama que a esquerda
pisou, não cresce nunca mais”.