terça-feira, outubro 07, 2014

BRASIL: O CENÁRIO POLITICO - DIREITA e ESQUERDA

Agora mas que nunca precisamos abrir o debate e os olhos dos eleitores brasileiros! Não um debate imbecil que vise identificar ações de partidos de direita ou de esquerda, mas um debate que tenha o objetivo de  identificar uma postura transformadora, coerente com um Estado Democrático de Direito, que ajude o cidadão eleitor a identificar a  postura coerente do  indivíduo candidato  perante o Estado que deseja representar. Não basta ouvir discursos vazios, mas sim observar a prática do que se diz.
Comecei minha vida política no ano de 1982, militando no Partido dos Trabalhadores,  com Lisânias Maciel. A partir de 1989 saí do PT, por questões particulares, e passei a trabalhar politicamente com pessoas e idéias, deixando as ideologias partidárias para outro momento.
Trabalhei por 16 anos numa empresa multinacional, ocupei alguns cargos de confiança, por indicação política, como Subprefeito da Zona Oeste do Rio, do ano de 2001 até 2006; gestor na Prefeitura/Rio luz, período em  que  ajudei a implantar diversos programas sociais, além de contribuir no processo de tomada de decisão do poder central da Prefeitura do Rio.
Nesta caminhada junto ao Poder Executivo, pude observar que os programas sociais implantados nos governos de direita eram sempre criticados pelos partidos de esquerda, não importava o quanto de benefício trazia para a população. Não se tratava de um debate construtivo com a finalidade de melhorar os programas já implantados, mas sim de fazer oposição por oposição. Postura esta que se observa em larga escala em nosso país.
 A idéia aqui não é apresentar uma critica destrutiva ao PT, que se encontra no poder, mas sim mostrar que a postura dos petistas precisa mudar, a prática partidária tem que estar em consonância com a ideologia partidária, é necessário mudar  o rumo da história esquerdista no país e pavimentar melhor o caminho para o futuro. ADENIL COSTA.
MESA REDONDA - O PADRÃO DA POLITICA BRASILEIRA - Globo News Painel do dia 28/12/13.
PARTICIPANTES: William Vaack, Bolívar Lamounier (Sociólogo), Luiz Felipe Condé (profº PUC/SP), Reinaldo Azevedo (Jornalista Revista Veja).
Vejam abaixo, o que acham sobre o tema. Fiz um resumo generalizado da fala deles, porem penso que deveria ter outro convidado com ideia, mas esquerdista para acalorar o debate:
“Ser da esquerda é legal, principalmente nos jantares inteligentes dos  super-cabeças, onde grande parte de representantes da vida acadêmica do país, com a ajuda de alguns setores da mídia e partidos políticos de esquerda, de certa forma conseguiu construir no Brasil, uma visão muito interessante a partir da ditadura militar. Conseguiram colar na ditadura a imagem de que os partidos de  direita são a favor do capitalismo selvagem, são contra a liberdade de imprensa,  entre outras e,  portanto,  se o indivíduo é identificado como partidário da direita no Brasil,  a sociedade passa a vê-lo como adepto  da tortura  e  matador de  gente inocente.
A esquerda conseguiu, ainda, através de uma operação de marketing maravilhosa, vender a imagem de que os partidários de esquerda foram para guerrilha, para luta armada, sofreram, além de conseguirem passar a idéia de que lutavam pela liberdade.  Essa é a grande mentira da esquerda brasileira! A comissão da verdade deveria trazer o assunto à tona, pois não existiu esta  luta pela liberdade.
A esquerda criou, de alguma forma, o monopólio da virtude e colou a sua legenda. Hoje,  ser da esquerda significa  defender a liberação das drogas, casamento gay e defender necessariamente o aborto, pois todas essas idéias são consideradas generosas. Não se vê esquerdista defendendo a economia planificada.  Intervenção estatal, sim (será que o empresariado é de direita?).  No Brasil não existe uma divergência no debate, pois na cabeça das pessoas de esquerda, esquerdista é aquele que luta com toda força pela justiça social, e  direita é a força que luta pelo conservadorismo, pela manutenção da injustiça social. Não importa se os grandes programas sociais nacionais se iniciaram em governo da direita.
Numa sociedade democrática, o conservador protege as instituições sociais e garante a democracia, sem solapar os direitos e garantias democráticas de alguns para beneficiar outros e  fazer a dita  justiça social. A esquerda entende que solapando as instituições consegue fazer justiça no Brasil, e que isto é positivo.
No Brasil houve uma espécie de marketing, no qual parte dos atores,  intelectuais, seja da mídia, imprensa ou da academia, conseguiu colar a imagem de que os indivíduos da esquerda são do bem. Dá a impressão de que está tudo dominado.  Para quem está na academia ou na universidade,  está claro que existe uma oposição de esquerda e de direita, não conceitualmente bem elaborada, mas a realidade nunca é conceitualmente bem elaborada.
Esta oposição aparece quando se tem cerceamento, agressão intelectual, onde se tem que ter muito cuidado com o que se fala. Tem que se ter prova de pureza ideológica (aborto, casamento gay, e outras). Sou a favor da justiça social, mas os esquerdistas esquecem que justiça social é produzir empregos, quando o cidadão não está satisfeito com seu emprego,  procura outro, em outro lugar. Justiça social não é o Estado administrar recursos criando impostos e taxas e se metendo na economia o tempo todo.
Interessante é observar que os universitários brasileiros praticamente só lêem Karl Marx, Rousseau e Bourdieu, os professores quase não orientam os alunos a lerem outros autores, existe uma especie de contenção, que a meu ver, pode ser considerado uma censura.
A baixa qualidade dos que se dizem marxistas, ao usar as ferramentas da escola de pensamento marxista para tentar interpretar a realidade e muito claro, acho que uma das analise, mas rastaquera, mais imbecil que estabelece ligações imediatas entre pertencer uma classe social, e defender uma ideia qualquer.
 Se você quer entender a politica no Brasil, na sociedade moderna, os principais pontos a serem observados são  os valores, as  ideias, as organizações e instituições.
 Os partidos de esquerda no Brasil não servem as suas próprias ideologias, eles é que se servem da ideologia. Como exemplo pode-se citar o PT, que se diz socialista (tá no programa partidário), sendo que o socialismo abomina o paternalismo e o PT age  absolutamente de forma paternalista. Não investe em educação, grande alavanca  que pode transformar a sociedade, mas investe em bolsa família, sem estabelecer portas de saída do programa, deixando as famílias sem a possibilidade de ascender socialmente, como deve ser o objetivo de qualquer programa social que vise a justiça social.
As pessoas que se identificam com a esquerda normalmente se acham superiores.  Se em um debate com uma pessoa de esquerda se fizer uma critica razoavelmente fundamentada, esta  entra em crise e se  justifica dizendo-se á favor das liberdades etc. Esta pode ser uma das definições contemporâneas mais recentes, a  esquerda se acha naturalmente superior.
Por que a classe empresarial se diz de centro esquerda? Por que usufruem dos recursos do BNDES? A resposta é clara, um estado paternalista, estado patrão,  gera um empresariado bastante servil (o PT ainda se vê como partido único, ele tem uma concepção evolucionista da sociedade).
Vale perguntar por que não se tem um partido de direita no Brasil? Talvez seja porque temos uma máquina estatal  que tenta manter o setor privado fraco e, em contrapartida,  o setor privado simbioticamente tem gostado muito desta ideia,  já que tem interesse nos negócios do Estado  e  é legal ter acesso ao BNDES, CAIXA ECONÔMICA e BANCO DO BRASIL, sem ter que trabalhar para criar um partido.
Em um sistema político com mais de 30 partidos, que asseguram as oportunidades de entrada no sistema, não há, na verdade, nos setores econômicos ou político, discernimento suficiente que os faça fundar um partido com identidade real e sério. Está faltando visão de futuro na classe empresarial e na classe política realmente séria.
O PT continua sendo ideologicamente inconsistente. Boa parte dos partidos socialistas que se instalou no poder de fato, praticou corrupção. Quando há casos de corrupção não significa que o partido não esteja ideologicamente orientado, a corrupção é sempre  justificada se servir à causa. Um exemplo é o mensalão, os petistas mais radicais dizem que os condenados e presos são presos políticos, pois eles estão servindo a causa, portanto, é uma corrupção ideologicamente evocada. Os petistas radicais fizeram manifestos pedindo que os condenados fossem soltos, a anulação da condenação. Eles têm a ideia de que estão construindo uma nova sociedade, assim,  são chamados heróis do povo brasileiro. É uma grande desfaçatez!
O problema é que no Brasil se exclui a possibilidade de se fazer um grupamento para discutir ideias, pois o país marcha certamente para um processo esquerdista. Nas universidades é impossível para alunos que se identificam com pensamento liberal (no sentido europeu), terem um espaço para o debate, não conseguem  entrar nas grandes universidades, não conseguem fazer pesquisas,  são mal recebidos nos espaços. Se avaliarmos centros culturais financiados por bancos, a grosso modo,  só financiam pesquisas de esquerda, intelectual de esquerda, manifestações de esquerda.  Nunca se tem dinheiro para pesquisas identificadas com pensamentos ditos liberais, não se tem dinheiro, não se tem espaço, não se tem institucionalização, portanto, o empresariado investe na esquerda e, quando se fala na constituição,  fica claro que a esquerda sempre coloca a culpa nos outros.
Entre o esquerdista suave e o de extrema esquerda, existe uma questão de grau. Entre a direita liberal e a direita fascista, a diferença é a decência. Quem é  da direita liberal defende um regime que se estabelece por meio de eleições e por meio de partidos, por meio de instituições e defende o individuo. A direita fascista significa o poder do Estado contra o cidadão.
Na realidade estamos vivendo uma guerra cultural. A esquerda não tolera diferenças, apesar de falar nelas o tempo todo quando gritam, seja em qual mídia for, contra a guinada da direita e por que aparece um grupo muito pequeno que não tem medo profissional, medo de ser difamado e tem repertório.
O que caracteriza você ser de uma maioria é que na maioria das vezes não precisa ler, estudar, é só pertencer a um grupo e sair gritando. É nesta situação que a moçada começa a levar pau. Quando a minoria como pessoas que não se identifica com a esquerda no mundo cultural, como é no Brasil (o mundo dos agentes culturais), se não se identifica com essa maioria, como toda minoria que esta no conflito, você tem que se preparar e acaba estudando mais, e ai tem o problema na hora do debate, fica difícil quando você e uma maioria paquidérmica enfrentar quem esta preparada.
Os sinais de comportamentos eleitorais, ideologias e doutrinas políticas,  numa discussão mais ampla,  no Brasil há diferença entre os que são liberais e os ante-liberais, onde sabemos que os ante liberais não são a favor da democracia.  A esquerda está numa guerra ideológica e a direita precisa fazer a dela. O importante é que temos que ser contra. No plano das lideranças, das universidades, do clero etc., nós começamos a clarear, e dai em diante o que vamos dizer para esta classe média ascendente, que dizem estar em torno de 50% da população brasileira. Vamos dizer a eles que não devem confiar no mérito? Que eles têm que esperar que os partidos digam que tipo de  emprego vão ter, na base do clientelismo, que não devem acreditar na sua capacidade. O individuo não pode abdicar de sua capacidade, e por isso vamos precisar falar de forma clara, através de boas lideranças. Precisamos mudar este eixo de discussão.
Precisamos abrir o debate e os olhos dos eleitores no Brasil, não o debate imbecil de direita ou de esquerda, mas o debate entre postura de fundamentos do individuo perante o Estado.
No Brasil, ser revolucionário no sentido de trazer alguma coisa de importante, é ser liberal. Pesquisa do Datafolha, recentemente, identificou que a maioria dos brasileiros se identifica com posições conservadoras. Em janeiro de 2012, o Ministro Gilberto de Carvalho disse que o PT precisava disputar com os evangélicos a nova classe média,  dita classe C, onde os valores da população são valores conservadores. O Gilberto que é um petista identificou isso.
O problema é que os partidos de oposição no Brasil morrem de medo do povo.
Como dizia Margaret Thatcher: “grama que a esquerda pisou, não cresce nunca mais”.



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