sexta-feira, setembro 04, 2015

CAMINHOS DA ECONOMIA BRASILEIRA ENTRE 1988 E 2018

O Brasil já passou por várias crises, a própria história econômica nacional mostra isso. Foram crises que abriram e pavimentaram os caminhos para o futuro do país. 
Por isso, diante da crise atual o empreendedor não deve baixar a cabeça, pois em meio às dificuldades podem surgir grandes oportunidades para quem conseguir identificá-las.
O maior problema e, que hoje a nossa crise é econômica, politica e moral. O BRASIL E MAIOR QUE TUDO ISSO.
TENDÊNCIAS E CAMINHOS DA ECONOMIA BRASILEIRA ENTRE 1988 E 2018!
Do Ex-Blog Cesar Maia - 04/09/15.
Apresentação do ITAU – JGP (agosto-2015).
A JGP é uma das mais tradicionais prestadoras de serviços financeiros independente do Brasil, tendo sido fundada em outubro de 1998 por um grupo de profissionais com vasta experiência em gestão de recursos tanto no Brasil quanto no exterior. Veja alguns gráficos interessantes.
2. Com o Plano Real e a estabilização macro, os governos social-democratas puderam elevar as despesas públicas a um ritmo bem acima do PIB.  Para financiar o aumento da despesa, recorreu-se a uma elevação da carga tributária.
3. O governo federal foi perdendo a flexibilidade dos gastos. Mais de 70% das despesas federais é composta por transferências diretas à famílias. Tirando saúde e educação, sobram apenas 11.4% do orçamento para gastos discricionários.
4. A agenda de estabilização macroeconômica não foi completada. No início do Plano Real, houve descuido com a questão fiscal.  A falta de austeridade fiscal, conjugada aos juros altos da fase pós estabilização, levou a uma mudança de patamar da Dívida/PIB mesmo com as privatizações.
5. No 2o FHC, foi construído o tripé macroeconômico: câmbio flutuante, austeridade fiscal e metas de inflação. No entanto, o medo do PT atropelou a estabilidade em 2002.  A inflação subiu muito em 2002/03 e de forma muito rápida, fruto da falta de confiança na estabilidade macro. Ainda não estamos nesse ponto agora mas..
6. A mudança de preços relativos ainda não ocorreu: a inflação de tradables está abaixo da inflação de não tradables. No primeiro governo Lula, com a ajuda do boom de commodities, chegou-se o mais perto de completar a estabilização. Faltou zerar o déficit nominal. Isso é impensável agora.
7. O governo Dilma adotou o lema “gasto é vida” e abandonou a austeridade fiscal. Nova matriz macroeconômica: intervenção governamental, esvaziamento das agências reguladoras, proteção tarifária e juros baixos. Resultado: inflação mais alta.   Outro resultado da Nova Matriz: baixo crescimento. 
8. Problema adicional: com a transição demográfica, a população está envelhecendo. A população aposentada cresce a 3.5% a.a. enquanto a PEA cresce a 1% a.a. O Brasil transfere 10 vezes mais recursos públicos para idosos (saúde e previdência) do que para crianças (educação) em termos per capita.
9. Soluções passam por reformular o modelo de crescimento. O bem estar social não cabe mais no PIB. Os gastos do governo crescem todo ano em termos reais.  A poupança está em queda e o investimento é cada vez mais financiado com déficit em conta-corrente. Com a desvalorização do câmbio, o investimento vai cair ainda mais.

10. Nosso cenário base contempla o déficit em conta-corrente de 3% do PIB em 2017. É uma melhora muito tímida em face de um cenário de crescimento tão baixo.  A falta de produtividade é um entrave para o crescimento. Nos últimos anos, a produtividade está negativa!
11. Vai ser preciso piorar? Ou surge um consenso político capaz de equilibrar as contas públicas e redefinir o modelo de crescimento ou caminharemos para o downgrade.  Uma visão sobre o curto prazo: o ciclo de aperto monetário deve ter chegado ao fim. Tudo indica que será possível cortar um pouco a taxa de juros em 2016.

12. No entanto, as novas metas fiscais não garantem estabilização da relação Dívida/PIB, o que gera um risco de dominância fiscal. O risco de cauda está aumentando.  Cenário de cauda: o câmbio se desvaloriza muito, gerando inflação mais alta e crescimento menor. A taxa de juro não cai e a deterioração do quadro fiscal é mais rápida.
13. A piora do ambiente macroeconômico pode se tornar aguda a ponto de provocar um rompimento político. A combinação de (i) baixo crescimento, (ii) aumentos reais de salários sem a contrapartida da produtividade e  (iii) carga tributária ascendente resultou em grande queda de margens.
14. Tal efeito pode ser visto também pela ótica do lucro como % do PIB, que apresentou forte queda, especialmente nas empresas abertas, desde 2010.  Por outro lado, não houve uma redução equivalente dos dividendos nem dos investimentos, o que indicava um certo otimismo e pressionou o caixa das empresas. Tais fatores, combinados com o crédito farto e barato dos bancos públicos, resultaram em um aumento da alavancagem das empresas a partir 2010.
15. Porém, a queda das margens foi tão relevante que, desde 2012, o ROIC (retorno sobre o capital investido), está menor que o custo da dívida, implicando em destruição de valor com o aumento da alavancagem.  A combinação das dinâmicas descritas culminou na queda expressiva do ROE (retorno sobre o patrimônio), chegando a níveis muito abaixo do custo de capital. As empresas só sobrevivem porque o grau de competição é limitado. Em grande parte dos setores, as cinco maiores empresas detêm mais de 70% de market share.