sexta-feira, outubro 11, 2013

EDUCAÇÃO: “ESCOLAS NÃO DEVEM AVALIAR O APRENDIZADO COM BASE EM NOTAS”!

Já está mais do que provado que as crianças têm tempos diferentes para aprenderem a ler e a escrever, com o sistema de ciclos este tempo é respeitado e a criança pode avançar sem o trauma de uma parada no processo. GOSTARIA DE ABRIR O DEBATE SOBRE O ASSUNTO.
A pesquisadora abaixo, mostra uma avaliação dentro da linha progressista da educação. O aluno tem que aprender a pensar e resolver situações problemas, assim, ele será capaz de assimilar todos os conteúdos necessários de forma integral e interdisciplinar. Nesta linha, a avaliação terá que ser feita levando-se  em consideração os objetivos alcançados e não através de notas. Através dos objetivos, o professor poderá saber exatamente em que aspectos o aluno precisa melhorar e será capaz de propor atividades que o auxiliem a superar as dificuldades.
Este tipo de trabalho requer tempo e conhecimento por parte do professor. Entretanto, com os baixos salários e o aviltamento da educação, os mestres não têm vontade, dinheiro, tempo e incentivo para mudanças, além de salas com mais de 50 alunos e das ameaças dentro das salas de aula. Assim, continuamos na discussão e nada acontece na prática.
Em relação à gestão pública, muitos (Prefeitos) estão preocupados com os votos, assim, faz o que a maioria da população inculta quer. A maior parte da população nada entende sobre educação progressista, ainda está no passado (mundo antigo), época em que  o aluno precisava decorar e  tirar notas nas provas. Não podia   pensar, só tinha que repetir.
Hoje o populismo impera em todos os segmentos da sociedade!!! A primeira mudança que precisa ser feita é na política. Povo bem educado/formado sabe pensar e decidir bem e isto não interessam a muitos políticos...         
(Trechos da Entrevista à revista Época, 25 - Patrícia Broadfoot, Pesquisadora da Universidade de Bristol:) 1. A sociedade da avaliação NÃO é uma coisa positiva. E penso que é especialmente ruim nas escolas, porque treinamos os estudantes a ver o sucesso do seu aprendizado em termos de notas, em vez de ver do aprendizado em si. Nós nos convencemos de que a melhor forma de julgar a qualidade do aprendizado, das escolas e dos sistemas de ensino é por meio de uma série de números. No entanto, deveríamos julgar a qualidade da educação de um modo muito mais abrangente.        
2. Nenhum de nós na área da educação, em qualquer parte do mundo, realmente entende a importância da avaliação formativa. É uma questão que começou a ser estudada há apenas 20 anos. Quando as pessoas se derem conta do quão poderosos são os feedbacks e a avaliação formativa para ajudar os alunos a aprender, o interesse aumentará. Ainda achamos muito difícil mudar, principalmente porque a prioridade da rotina escolar ainda é passar conteúdos aos estudantes. Dessa forma, não há tempo para feedbacks individuais e frequentes. Pesquisas indicam que os alunos não estão satisfeitos com o tempo e a qualidade da avaliação que recebem.      
3. Deveríamos ter menos avaliações somativas [método convencional, baseado em somatória de notas], e dar feedback como forma de apoiar o aprendizado, provavelmente no formato de texto em vez de números. Há estudos que comprovam que, quando a escola dá notas, os alunos tendem a não ouvir os comentários dos professores e, portanto, não sabem como melhorar. Existem ferramentas digitais que ajudam a identificar aspectos dos aprendizados dos estudantes que não são detectados pelas formas tradicionais de avaliação. Com elas, é possível fazer estudos de caso, propor desafios da vida real, criar testes semelhantes a jogos, em que o estudante pode ir para diferentes níveis de dificuldade. Basta imaginar um jogo de computador, e pensar como eles são complexos e engajam os jovens. É possível usar isso na avaliação escolar.
4. Os pais tendem a preferir as avaliações por notas, porque se acostumaram com isso. Mas eles precisam entender as novas propostas. Se a escola está tentando implementá-las, não terá sucesso sem a ajuda dos pais.  Patrícia – Meus colegas estatísticos dizem que é o Pisa é um instrumento muito sofisticado de avaliação, mas governos tendem a interpretar os resultados de forma não tão sofisticada. Potencialmente, os testes internacionais são úteis, porque mostram áreas de um país que precisam ser melhoradas, mas governos fazem diagnósticos errados. É perigoso quando se compreendem mal as razões por trás dos resultados.