Já está mais do que
provado que as crianças têm tempos diferentes para aprenderem a ler e a
escrever, com o sistema de ciclos este tempo é respeitado e a criança pode
avançar sem o trauma de uma parada no processo. GOSTARIA DE ABRIR O DEBATE SOBRE O ASSUNTO.
A pesquisadora abaixo,
mostra uma avaliação dentro da linha progressista da educação. O aluno tem que aprender a pensar e resolver situações
problemas, assim, ele será capaz de assimilar todos os conteúdos necessários de
forma integral e interdisciplinar. Nesta linha, a avaliação terá que ser feita
levando-se em consideração os objetivos alcançados e não através de
notas. Através dos objetivos, o professor poderá saber exatamente em que
aspectos o aluno precisa melhorar e será capaz de propor atividades que o
auxiliem a superar as dificuldades.
Este tipo de trabalho
requer tempo e conhecimento por parte do professor. Entretanto, com os baixos
salários e o aviltamento da educação, os mestres não têm vontade, dinheiro,
tempo e incentivo para mudanças, além de salas com mais de 50 alunos e das
ameaças dentro das salas de aula. Assim, continuamos na discussão e nada
acontece na prática.
Em relação à gestão pública,
muitos (Prefeitos) estão preocupados com os votos, assim, faz o que a maioria
da população inculta quer. A maior parte da população nada entende sobre
educação progressista, ainda está no passado (mundo antigo), época em que
o aluno precisava decorar e tirar notas nas provas. Não podia
pensar, só tinha que repetir.
Hoje o populismo impera
em todos os segmentos da sociedade!!! A primeira mudança que precisa ser feita
é na política. Povo bem educado/formado sabe pensar e decidir bem e isto não
interessam a muitos políticos...
(Trechos da Entrevista à
revista Época, 25 - Patrícia Broadfoot, Pesquisadora da Universidade de Bristol:) 1. A sociedade da avaliação
NÃO é uma coisa positiva. E penso que é especialmente ruim nas escolas, porque
treinamos os estudantes a ver o sucesso do seu aprendizado em termos de notas,
em vez de ver do aprendizado em si. Nós nos convencemos de que a melhor forma
de julgar a qualidade do aprendizado, das escolas e dos sistemas de ensino é
por meio de uma série de números. No entanto, deveríamos julgar a qualidade da
educação de um modo muito mais
abrangente.
2. Nenhum de nós na área
da educação, em qualquer parte do mundo, realmente entende a importância da
avaliação formativa. É uma questão que começou a ser estudada há apenas 20
anos. Quando as pessoas se derem conta do quão poderosos são os feedbacks e a
avaliação formativa para ajudar os alunos a aprender, o interesse aumentará.
Ainda achamos muito difícil mudar, principalmente porque a prioridade da rotina
escolar ainda é passar conteúdos aos estudantes. Dessa forma, não há tempo para
feedbacks individuais e frequentes. Pesquisas indicam que os alunos não estão
satisfeitos com o tempo e a qualidade da avaliação que
recebem.
3. Deveríamos ter menos
avaliações somativas [método convencional, baseado em somatória de notas], e
dar feedback como forma de apoiar o aprendizado, provavelmente no formato de
texto em vez de números. Há estudos que comprovam que, quando a escola dá
notas, os alunos tendem a não ouvir os comentários dos professores e, portanto,
não sabem como melhorar. Existem ferramentas digitais que ajudam a identificar
aspectos dos aprendizados dos estudantes que não são detectados pelas formas
tradicionais de avaliação. Com elas, é possível fazer estudos de caso, propor
desafios da vida real, criar testes semelhantes a jogos, em que o estudante
pode ir para diferentes níveis de dificuldade. Basta imaginar um jogo de
computador, e pensar como eles são complexos e engajam os jovens. É possível
usar isso na avaliação escolar.
4. Os pais tendem a
preferir as avaliações por notas, porque se acostumaram com isso. Mas eles
precisam entender as novas propostas. Se a escola está tentando implementá-las,
não terá sucesso sem a ajuda dos pais. Patrícia – Meus colegas
estatísticos dizem que é o Pisa é um instrumento muito sofisticado de
avaliação, mas governos tendem a interpretar os resultados de forma não tão
sofisticada. Potencialmente, os testes internacionais são úteis, porque mostram
áreas de um país que precisam ser melhoradas, mas governos fazem diagnósticos
errados. É perigoso quando se compreendem mal as razões por trás dos
resultados.
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