O ajuste fiscal de que se tanto fala no Brasil, está só
na conversa, pois não se sabe como vai sair, a primeira medida da reforma foi
aprovada dia 06/05/15 na Câmara dos deputados (abono salarial e seguro
desemprego), tem a discussão sobre a terceirização que não sabemos se sai, já que
o passado não ajuda muito nas previsões do futuro, mas as coisas estão
acontecendo no momento.
Será que
podemos olhar para o Brasil com uma visão mais otimista, ou esquecer qualquer
resposta? O importante e olhar com mais realismo, já que existe uma intenção no
congresso, como também no executivo de caminhar para uma solução melhor para o
país. A indústria foi assaltada, praticamente desestruturada pela política
cambial absurda e outras coisas mais. Quando se fala numa perspectiva de
recuperação depois desse dito ajuste fiscal, temos que acreditar que a
recuperação virá, mas será que vem pelo caminho da indústria? Se a taxa de
câmbio ficar em torno de 3,0 a 3,5 você praticamente melhora, você substitui
aquela produção industrial que foi morta pela desvalorização do câmbio, sabemos
que não vamos conseguir ampliar as exportações, mas vamos pelo menos competir
com as importações que tiraram seu lugar no mercado por conta da valorização
cambial, ai vamos começar a ter um pequeno movimento iniciando por ai.
A inda não é o apocalipse, porem o Brasil
(governo) precisa reconhecer que fez muitas coisas erradas e o povo está pagando um
preço caro por isso.
Quando se olha o custo de transformação e
pega o dinheiro da sociedade para produzir algum tipo de bem estar, ou algum
benefício o custo de transformação dessa máquina está exagerado, o tamanho do
estado e outros. Se fala em controle da inflação, em distribuição de renda, mas
o novo momento não é enfrentar esse agigantamento, essa máquina inchada do
governo brasileiro.
Sabemos pouco sobre o ajuste fiscal, mas uma
coisa sabemos com segurança, o ajuste por questões aritméticas terá que ser
alimentado com aumento de impostos, ou reduzindo as despesas, ou uma combinação
das duas coisas. Sabemos que aumento de impostos são poucos duráveis e pouco
eficiente. Os ajustes que dão ênfase ao corte de despesas são mais duráveis e
mais eficientes para recuperar a economia e o crescimento do país. Isso e
seguro, pois existe centenas de experienciais sobre isso, mas quando se faz
aumento de impostos normalmente em qualquer política econômica nós temos dois
efeitos, um e que provavelmente vamos reduzir o PIB, e o segundo efeito e como
a distribuição desse PIB vai se dividir entre trabalho e o capital. O ajuste
para ser razoável tem que ser equânime, ele tem que dividir os custos, pois é
uma maneira mais equilibrada e leva em conta essa equanimidade.
Está mais que na hora de pensar, pois temos
um estado, (maquina pesada) com 38 ministérios, aproximadamente 37 fundações,
128 autarquias e 140 empresas estatais, fica difícil acreditar que não tem espaço
para mudanças realmente importante nessa estrutura gigante.
O país precisa voltar o orçamento de base (O
orçamento tradicional considera os valores realizados em períodos anteriores
que são ajustados por alterações projetadas de preço e volume. No orçamento de
base, partindo do zero, cada item do orçamento
precisa ser explicitamente aprovado, e não apenas as alterações em relação ao
ano anterior), precisamos reprogramar este estado (país), pois foi
construído meio Frankenstein, onde pega um pedaço de cada coisa e
remenda, os ministérios são só a ponta do problema, são só aparência e serve
para acomodar apadrinhados políticos, o que é um negócio maravilhoso, isso e o tal
presidencialismo de coalizão, que nem preside e nem coaliza, e mais cooptação,
ou melhor dizendo de acomodação.
Não dá para acabar com os ministérios de uma
hora para outra, mas se faz necessário encarregar alguém para cuidar disso,
redimensionar a estrutura de governo, você não vai diminuir o tamanho do estado cancelando os ministérios e
substituir por secretárias, isso não resolve o problema do Brasil. Tem que
delegar a um ministro (fazenda ou planejamento) para fazer isso de uma forma organizada.
O problema e a resistência, pois ela vem de quem já está instalado, não querem mudanças, isto e a coisa mais danosa. Na realidade a esquerda no governo e reacionária quer conservar tudo aquilo que ela acha que conquistou como direito, não querem mudança de forma alguma, só que, o que está ai não cabe no PIB do país, por tanto se o governo não fizer o ajuste fiscal por bem, o mercado vai fazer por mal.
O problema e a resistência, pois ela vem de quem já está instalado, não querem mudanças, isto e a coisa mais danosa. Na realidade a esquerda no governo e reacionária quer conservar tudo aquilo que ela acha que conquistou como direito, não querem mudança de forma alguma, só que, o que está ai não cabe no PIB do país, por tanto se o governo não fizer o ajuste fiscal por bem, o mercado vai fazer por mal.
Fonte: entrevista com professor Delfim Neto no Canal Livre da Band, em 27/04/15.