domingo, março 15, 2015

RIO/RJ - FREIO NA LIBERDADE ESCOLAS / UPP’s E COMUNIDADES.

VALE UM ANALISE DOS PROFESSORES DA REDE PUBLICA E PRIVADA. Pois sem ações multidisciplinares (Macrofuncional) não avançaremos. Em matéria (Globo, 10/03), onde o Secretário de segurança do estado/RJ, Jose Mariano Beltrame toma decisão que as UPP’s irão atuar junto às comunidades, através de colegiados formados por policiais, responsáveis por alunos e escolas, fazendo inclusive o acompanhamento dos alunos nas escolas.
Acho louvável a posição do Secretário, considerando sua angustia e que por mais que tenha pedido a atuação dos órgãos púbicos, através do desenvolvimento de ações integradas nas comunidades onde as UPP’s foram implantadas, com o objetivo de acabar com a marginalidade no nascedouro, não deu eco, mesmo com ações pontuais de governo.
Tive informações que iniciativa semelhante foi desenvolvida “no início dos anos 90, em função da violência nas escolas do Brooklyn (NY), a secretaria de educação e a secretaria de segurança da cidade de Nova York decidiram introduzir um novo método, de forma a pacificar as escolas, isso só provocou instabilidade interna da escola com a perda de autoridade dos professores, inspetores e diretores. Quando a professora pedia disciplina a um aluno ou a turma, a resposta passou a ser, progressivamente, a mesma: Vou falar com o sargento Y, com o cabo X, com o soldado Z”. Meio que quem manda e eles.
Militarizar as ações sociais pode acarretar prejuízo para as outras instituições públicas, passando inclusive (com possibilidades) os professores a serem desrespeitados, o que não é bom para a rede de educação local.
Na Gestão de Cesar Maia, a partir de 2001 a 2008, frente à Prefeitura do Rio de Janeiro, onde fui Subprefeito da Zona Oeste, foram desenvolvidos dois trabalhos pela prefeitura, de forma colegiada, que apresentaram resultados muito positivos: Eram as Macrofunções OREs e RIAR (Rio, Informação, Ação em Rede). A primeira delas era formada por representantes de todos os órgãos públicos locais, de todas as esferas de governo, que se reuniam para deliberar sobre as unidades escolares que, em função da violência observada na escola e no entorno, tinham necessidade da atuação dos órgãos públicos para implantação de políticas públicas sociais, urbanas e de segurança. A segunda Macrofunção RIAR, era formada por um colegiado em que participavam os órgãos de segurança pública, gerida pelo gabinete militar do prefeito, articulando com as três esferas de governo, a nível central da cidade, onde eram decididas quais as comunidades que necessitavam de uma intervenção conjunta com o fim de investigar e coibir a marginalidade na área.
Na Macrofunção OREs (Ordem no Entorno das Escolas), a partir de decisão colegiada, sob a coordenação da Subprefeitura, eram determinadas as escolas prioritárias no combate à violência. A partir daí, as gerências regionais entravam na comunidade na qual a escola estava inserida, em ordem de prioridade, levando asfalto, iluminação, limpeza urbana, saneamento, ações educacionais e curso profissionalizantes, ações em saúde, ações sociais, ações esportivas, todos os programas necessários ao desenvolvimento da comunidade. Cabia aos órgãos de segurança realizar palestras nas escolas, orientando pais, alunos e professores, quanto à atuação dos órgãos e a forma de auxiliar a população, fazendo ainda o trabalho de investigação e repressão à marginalidade.
Na Macrofunção RIAR, com a participação das Subprefeituras junto aos órgãos de segurança, eram passadas as informações sobre o que era trabalhado nos ORE’s nas comunidades prioritárias, e o colegiado dava suporte através dos órgãos centrais de investigação e repressão.
No meu entender, cabia ao Secretário Beltrame convidar o Prefeito, o Governador do Estado e representantes regionais dos órgãos federais, a fim de sensibilizá-los sobre a necessidade da intervenção MULTIDISCIPLINAR nas tais 38 comunidades onde foram implantadas as UPP’s, a fim de diminuir a marginalidade através do desenvolvimento das comunidades. Desta forma, os governos teriam que se comprometer a entrarem nas comunidades levando ações em saúde, educação, trabalho e renda, de assistência social, de urbanização, iluminação, saneamento básico, entre outras, a fim de acabar com a marginalidade através do desenvolvimento social e urbano das comunidades. As ações públicas deixariam de ser priorizadas por políticos e passariam a ser priorizadas pelos órgãos que atuam diretamente nas comunidades mais violentas, deixando de ser politicagem e passando a ser encaradas como políticas públicas de governo!!! Fica aqui o meu respeito e admiração pelo secretario Beltrame e pela policia militar do Rio de Janeiro.





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