sexta-feira, outubro 14, 2005

Politica: Reale Junior: “A surpresa será grande”

Fonte: Congresso em Foco (Edson Sardinha)
Autor da petição do impeachment de Collor, ex-ministro da Justiça diz que futuras revelações das CPIs vão surpreender e aprofundar crise.
Com a experiência de quem redigiu a petição de impeachment do ex-presidente Fernando Collor e conhece profundamente os bastidores das CPIs, o jurista Miguel Reale Junior antevê o aprofundamento da crise política a partir do próximo mês. De acordo com o advogado, um silencioso trabalho de investigação deve abalar o Palácio do Planalto ainda este ano e romper o aparente abrandamento – causado pela eleição de Aldo Rebelo (PCdoB-SP) – do terremoto político que sacode o governo Lula.
“A investigação está começando agora a se aprofundar, por meio de um trabalho que não vai aparecer na imprensa – e que não é para aparecer na mídia. É um trabalho de escrivaninha, de gabinete, não para os holofotes, nem para capa das revistas semanais”, diz. “O que vai surpreender na frente é a revelação dos dados probatórios decorrentes dos exames dos dados bancários e telefônicos. Aí, sim, a surpresa será grande”, complementa.
Apesar de não antecipar a “surpresa”, o ex-ministro da Justiça aponta, nesta entrevista exclusiva ao Congresso em Foco, alguns pontos que ainda carecem de esclarecimento da parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Existem fatos que ainda precisam ser esclarecidos, como a apresentação da lista dos visitantes do Palácio da Alvorada. Esse requerimento já foi feito, e o gabinete institucional ainda não respondeu.”
A confirmação de alguns desses elementos, segundo Reale Junior, pode comprovar a prática de improbidade administrativa e desencadear, ao final das investigações das CPIs, o que, por ora, ainda não se sustenta: um pedido de impeachment.

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