O Brasil já passou
por várias crises, a própria história econômica nacional mostra isso. Foram
crises que abriram e pavimentaram os caminhos para o futuro do país.
Por isso, diante da
crise atual o empreendedor não deve baixar a cabeça, pois em meio às
dificuldades podem surgir grandes oportunidades para quem conseguir
identificá-las.
O maior problema e, que hoje a nossa crise é econômica, politica e moral. O BRASIL E MAIOR QUE TUDO ISSO.
TENDÊNCIAS E CAMINHOS DA ECONOMIA BRASILEIRA
ENTRE 1988 E 2018!
Do Ex-Blog Cesar Maia - 04/09/15.
Apresentação do ITAU – JGP (agosto-2015).
A JGP é uma das mais tradicionais prestadoras de serviços
financeiros independente do Brasil, tendo sido fundada em outubro de 1998 por
um grupo de profissionais com vasta experiência em gestão de recursos tanto no
Brasil quanto no exterior. Veja alguns gráficos interessantes.
2. Com o Plano Real e a estabilização macro, os
governos social-democratas puderam elevar as despesas públicas a um ritmo bem
acima do PIB. Para financiar o aumento da despesa, recorreu-se a uma
elevação da carga tributária.
3. O governo federal foi perdendo a
flexibilidade dos gastos. Mais de 70% das despesas federais é composta por
transferências diretas à famílias. Tirando saúde e educação, sobram apenas
11.4% do orçamento para gastos discricionários.
4. A agenda de estabilização macroeconômica não
foi completada. No início do Plano Real, houve descuido com a questão
fiscal. A falta de austeridade fiscal, conjugada aos juros altos da fase
pós estabilização, levou a uma mudança de patamar da Dívida/PIB mesmo com as
privatizações.
5. No 2o FHC, foi construído o tripé
macroeconômico: câmbio flutuante, austeridade fiscal e metas de inflação. No
entanto, o medo do PT atropelou a estabilidade em 2002. A inflação subiu
muito em 2002/03 e de forma muito rápida, fruto da falta de confiança na estabilidade
macro. Ainda não estamos nesse ponto agora mas..
6. A mudança de preços relativos ainda não
ocorreu: a inflação de tradables está abaixo da inflação de não tradables. No
primeiro governo Lula, com a ajuda do boom de commodities, chegou-se o mais
perto de completar a estabilização. Faltou zerar o déficit nominal. Isso é
impensável agora.
7. O governo Dilma adotou o lema “gasto é vida”
e abandonou a austeridade fiscal. Nova matriz macroeconômica: intervenção
governamental, esvaziamento das agências reguladoras, proteção tarifária e
juros baixos. Resultado: inflação mais alta. Outro resultado da
Nova Matriz: baixo crescimento.
8. Problema adicional: com a transição
demográfica, a população está envelhecendo. A população aposentada cresce a
3.5% a.a. enquanto a PEA cresce a 1% a.a. O Brasil transfere 10 vezes mais
recursos públicos para idosos (saúde e previdência) do que para crianças
(educação) em termos per capita.
9. Soluções passam por reformular o modelo de
crescimento. O bem estar social não cabe mais no PIB. Os gastos do governo
crescem todo ano em termos reais. A poupança está em queda e o
investimento é cada vez mais financiado com déficit em conta-corrente. Com a
desvalorização do câmbio, o investimento vai cair ainda mais.
10. Nosso cenário base contempla o déficit em
conta-corrente de 3% do PIB em 2017. É uma melhora muito tímida em face de um
cenário de crescimento tão baixo. A falta de produtividade é um entrave
para o crescimento. Nos últimos anos, a produtividade está negativa!

12. No entanto, as novas metas fiscais não
garantem estabilização da relação Dívida/PIB, o que gera um risco de dominância
fiscal. O risco de cauda está aumentando. Cenário de cauda: o câmbio se
desvaloriza muito, gerando inflação mais alta e crescimento menor. A taxa de
juro não cai e a deterioração do quadro fiscal é mais rápida.
13. A piora do ambiente macroeconômico pode se
tornar aguda a ponto de provocar um rompimento político. A combinação de (i)
baixo crescimento, (ii) aumentos reais de salários sem a contrapartida da
produtividade e (iii) carga tributária ascendente resultou em grande
queda de margens.
14. Tal efeito pode ser visto também pela ótica
do lucro como % do PIB, que apresentou forte queda, especialmente nas empresas
abertas, desde 2010. Por outro lado, não houve uma redução equivalente
dos dividendos nem dos investimentos, o que indicava um certo otimismo e
pressionou o caixa das empresas. Tais fatores, combinados com o crédito farto e
barato dos bancos públicos, resultaram em um aumento da alavancagem das
empresas a partir 2010.
15. Porém, a queda das margens foi tão relevante
que, desde 2012, o ROIC (retorno sobre o capital investido), está menor que o
custo da dívida, implicando em destruição de valor com o aumento da
alavancagem. A combinação das dinâmicas descritas culminou na queda
expressiva do ROE (retorno sobre o patrimônio), chegando a níveis muito abaixo
do custo de capital. As empresas só sobrevivem porque o grau de competição é
limitado. Em grande parte dos setores, as cinco maiores empresas detêm mais de
70% de market share.